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  LITERALMENTE  Rosclin Oliveira Eu quero decifrá-la à luz de velas Soletrar cada traço de teu ser E na incandescência da noite Pesar a vista sobre as tuas páginas E em todas as palavras te devorar; Quem sabe sem pausa ou tropeço Em meu subo cansaço, Eu a conheça por inteira E nesta noite eu consiga te retratar Em leve prosa ou em ardente verso; Choram as velas por várias vezes Assim como eu choro ao desvendar, Em cada linha uma nova forma de amar E um texto verbal me força sonhar Muitas e muitas fábulas por vezes; Embora eu persista em uma real instância De sentimentos lúbricos e ferozes, É quando a última gota de cera cai de minha ânsia Escorrendo lentamente sobre a mesa e as nozes Que por fim, escrevo a última linha de nosso dilema; Logo surgem os primeiros raios de sol Eu desejo então deleitar-me nos fios de tua melena E mesmo que não haja mais páginas de deleite Eu atentarei numa final reticência em nosso lençol Simplificando essa história sem fim, LITERALMENTE. Poema que...

  DIAS NEGROS FÁBIO LARA .Mãe eu me lembro muito bem quando não tínhamos nada na mesa. A água era a nossa sobremesa. A pobreza era extrema. A comida era a mesma. Eu ainda lembro quando você metia a mão na cabeça. Eu no quarto orava para que isso passasse depressa. A nossa casa era velha, as panelas eram velhas, as cadeiras eram velhas. No meio dessa pobreza eu sonhava te comprar uma Fortaleza em Fortaleza. No meio dessa pobreza eu sonhava te levar a conhecer a" Realeza". Olha mãe, agora temos água.! Agora nada nos falta.! Agora temos a água e as contas pagas. Agora temos uma nova casa e a dispensa cheia. Agora temos as cadeiras novas e as panelas novas... Agora temos o conforto... Graças naquilo que eu sonhei. Eu sonhei trancado num quarto e sai vingando para o mundo. Vou agradecer a Deus por nos tira desses dias negros, e vou pedir a Deus para nos cuidar como antes, e não permitir mas que a gente passa aquele sussego. Poema que faz parte da Antologia Pessoa, organizado pela ...