Poema Dias Negros de Fábio Lara - Antologia Pessoa

 DIAS NEGROS

FÁBIO LARA

.Mãe eu me lembro muito

bem quando não tínhamos

nada na mesa.

A água era a nossa sobremesa.

A pobreza era extrema.

A comida era a mesma.

Eu ainda lembro quando você metia a mão na cabeça.

Eu no quarto orava para que isso passasse depressa.

A nossa casa era velha, as

panelas eram velhas, as

cadeiras eram velhas.

No meio dessa pobreza eu

sonhava te comprar uma

Fortaleza em Fortaleza.

No meio dessa pobreza eu

sonhava te levar a conhecer a" Realeza".

Olha mãe, agora temos água.!

Agora nada nos falta.!

Agora temos a água e as contas pagas.

Agora temos uma nova casa e a dispensa cheia.

Agora temos as cadeiras novas e as panelas novas...

Agora temos o conforto...

Graças naquilo que eu sonhei.

Eu sonhei trancado num quarto e sai vingando para o mundo.

Vou agradecer a Deus por nos tira desses dias negros, e vou pedir a Deus para nos cuidar como antes, e não permitir mas que a gente passa aquele sussego.



Poema que faz parte da Antologia Pessoa, organizado pela EDIÇÕES 365, apoio da TVR Cultura, ano de 2021.




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